sábado, 14 de novembro de 2009

O computador entra na escola

O uso de tecnologia na escolaA entrada do computador na sala de aula, principalmente no final da última década, trouxe questões que dizem respeito não só ao uso do computador, como principalmente sobre o uso de outras tecnologias. Como se pode definir o termo tecnologia?
Tomada em seu sentido mais geral, pode-se dizer que tecnologia é o conjunto ordenado de todos os recursos empregados na produção e comercialização de bens e serviços; no caso da educação, recursos que podem contribuir para sua eficácia, ou seja, que podem possibilitar maior aprendizagem dos alunos.Segundo Levy (1999), a tecnologia é produzida dentro de uma cultura e esta acaba condicionada por aquela, no sentido de que, a partir da existência de uma dada técnica, a sociedade que a possui acaba por não mais viver sem ela, pelas possibilidades que se abrem com essa tecnologia.Se hoje tem-se, na sociedade, a presença de computadores - tecnologia presente em quase todos os âmbitos da nossa vida - essa tecnologia condicionaria a escola, que faz parte da sociedade.Uma tecnologia não é boa, nem má, mas depende do uso que se faz dela, do contexto em que se insere (Levy, 1999).
A questão é definir qual tecnologia é utilizável na educação. Mais até, é essencial a convicção de que o uso de uma tecnologia deve ser acompanhado da reflexão sobre essa tecnologia (Belloni, 1999). Determinar a importância desta ou daquela tecnologia, em termos de ajudar o aluno na construção do conhecimento tem sido uma preocupação recorrente de muitos educadores. Quais recursos são válidos para que os alunos avancem no processo de aprendizagem? Na atualidade, a presença da informática na educação é importante, é inevitável, dado que o computador tornou-se objeto sociocultural integrante do cotidiano das pessoas. "O saber-fluxo, o trabalho-transação de conhecimento, as novas tecnologias da inteligência individual e coletiva mudam profundamente os dados do problema da educação e da formação.
O que é preciso aprender não pode mais ser planejado nem precisamente definido com antecedência. Os percursos e perfis de competências são todos singulares e podem cada vez menos ser canalizados em programas ou cursos válidos para todos. Devemos construir novos modelos do espaço do conhecimento. No lugar de uma representação em escalas lineares e paralelas, em pirâmides estruturadas em "níveis", organizadas pela noção de pré-requisitos e convergindo para saberes "superiores", a partir de agora devemos preferir a imagem de espaços de conhecimentos emergentes, abertos, contínuos, em fluxo, não lineares, se reorganizando de acordo com os objetivos ou os contextos, nos quais cada um ocupa uma posição singular e evolutiva." (Levy 1999, p. 158.)
A educação a distância no contexto das novas tecnologias Um destaque importante a ser feito em relação ao uso de tecnologias em educação diz respeito à educação a distância, principalmente daquela feita via Internet. Na educação, o presencial se virtualiza e a distância se presencializa (Moran, 2002). Hoje há momentos presenciais em cursos a distância e momentos a distância em cursos presenciais.
A legislação educacional obriga cursos a distância (graduação e pós-graduação) a terem momentos presenciais, principalmente em relação à avaliação; por outro lado, cursos regulares, presenciais, já começam a incorporar atividades a distância, on-line ou com a utilização de outras mídias (a legislação permite que até 20% da carga horária de cursos de graduação seja oferecida a distância (Portaria MEC 2253/2001), mesmo que sejam simples trocas de e-mails entre alunos e professores.Levy (1999) discute a atual organização curricular da escola e propõe reformas estruturais para os sistemas de educação:"Em primeiro lugar, a aclimatação dos dispositivos e do espírito do EAD (ensino aberto e a distância) ao cotidiano e ao dia-a-dia da educação. A EAD explora certas técnicas de ensino a distância, incluindo as hipermídias, as redes de comunicação interativas e todas as tecnologias intelectuais da cibercultura3 .
Mas o essencial se encontra em um novo estilo de pedagogia, que favorece ao mesmo tempo as aprendizagens personalizadas e a aprendizagem coletiva em rede." (Levy 1999, p. 158)A educação a distância não é nova; porém, com a Internet, tomou um impulso talvez inesperado pela maioria dos educadores. Mediada pelo computador, a EAD on-line pode criar novos desafios e novas possibilidades num país de largas proporções como o nosso, se se considerar que esse tipo de educação pode atender alunos que estejam em lugares muito distantes das escolas, ou sem tempo para freqüentá-las como exige a lei (75% de freqüência para cursos presenciais, na Educação Básica ou Superior).O virtual e o realAo falar-se de EAD on-line, é preciso definir o que se chama de virtual. Diz Levy (1999, p. 47):"A palavra "virtual" pode ser entendida em ao menos três sentidos: o primeiro, técnico, ligado à informática, um segundo corrente e um terceiro filosófico. (...) no uso corrente, a palavra virtual é muitas vezes empregada para significar a irrealidade - enquanto a "realidade" pressupõe uma efetivação material, uma presença tangível. Em geral, acredita-se que uma coisa deva ser real ou virtual, que ela não pode, portanto, possuir as duas qualidades ao mesmo tempo. Contudo, a rigor, em filosofia o virtual não se opõe ao real mas sim ao atual: virtualidade e atualidade são apenas dois modos diferentes da realidade. Se a produção da árvore está na essência do grão, então a virtualidade da árvore é bastante real (sem que seja, ainda, atual)."O virtual, portanto, existe sem estar presente.
Desse modo, não me refiro ao ambiente virtual como oposto ao presencial, no sentido de existência real, mas como um ambiente diferente, que pressupõe relações reais entre as pessoas. E, assim, entre professores e alunos. Dificuldades e facilidades que um professor encontra na sala de aula presencial ele poderá encontrar na EAD on-line; as qualidades necessárias a um professor presencial provavelmente serão necessárias a distância e assim por diante. A incorporação da tecnologia no ensino afeta mais a forma como ensinamos do que a função da educação (Sigalés 2001, www.udg.mx/innova/principal.htm).
A diferença está no ambiente e na forma de ensinar, e não na função da educação ou no processo de ensino e aprendizagem.A Internet vem se consubstanciando como um ambiente de comunicação, de relacionamento. A idéia principal é de que a Internet não seja uma rede de computadores, mas de pessoas interconectadas. Pessoas dos mais diferentes lugares, das mais diversas profissões, que se comunicam, não por estarem próximas, mas por partilharem interesses, idéias. Pessoas que buscam informação, mas que também têm conhecimentos e os socializam, colaboram entre si, compartilham propostas e recursos, aprendem juntas. A este respeito, Levy cria a idéia da inteligência coletiva que se produz no ciberespaço:"O ciberespaço, dispositivo de comunicação interativo e comunitário, apresenta-se justamente como um dos instrumentos privilegiados da inteligência coletiva. (...) Os pesquisadores e estudantes do mundo inteiro trocam idéias, artigos, imagens, experiências ou observações (...).
O especialista de uma tecnologia ajuda um novato enquanto um outro especialista o inicia, por sua vez, em um campo no qual ele tem menos conhecimentos..." (Levy 1999, p. 29)O impacto que isto pode trazer à educação diz respeito a novas formas de ensinar e de aprender, pois tira da escola o controle sobre a aprendizagem das pessoas, fazendo com que o ensino, que antes era domínio exclusivo da escola, aconteça fora dela, pois, na interação via rede, muitos podem ensinar e também podem aprender com quem interagem.Entretanto, ainda que a rede de computadores possibilite o desenvolvimento da inteligência coletiva e provoque mudanças nas formas de construção de conhecimento, há que se alertar para o outro lado desse fenômeno: a exclusão daqueles que não fazem parte do ciberespaço e não fazem uso dessa tecnologia. "Devido a seu aspecto participativo, socializante, descompartimentalizante, emancipador, a inteligência coletiva proposta pela cibercultura constitui um dos melhores remédios para o ritmo desestabilizante, por vezes excludente, da mutação técnica. Mas, neste mesmo movimento, a inteligência coletiva trabalha ativamente para a aceleração dessa mutação. Em grego arcaico, a palavra "pharmakon" (que originou "pharmacie", em francês) significa ao mesmo tempo veneno e remédio.
Novo pharmakon, a inteligência coletiva que favorece a cibercultura é ao mesmo tempo um veneno para aqueles que dela não participam (...) e um remédio para aqueles que mergulham em seus turbilhões e conseguem controlar a própria deriva no meio de suas correntes." (Levy 1999, p. 30)Grande parte dos alunos das escolas de Educação Básica (e, até, de Educação Superior) ainda está à margem do mundo da informática e as escolas, na sua maioria, não possuem condições técnicas, nem pedagógicas, para oferecer aos alunos um ensino que incorpora o computador.Falar, portanto, em EAD on-line para todos é, no mínimo, ingenuidade. Sabe-se que há necessidade de se ter nas escolas um projeto político pedagógico que contemple a inclusão digital e atenda às necessidades da realidade onde se insere.
O acesso aos conhecimentos de informática deve ser parte do processo de aprendizagem dos alunos, e para isso os professores devem ser capacitados por meio de instâncias da educação continuada. Nesse sentido, a EAD on-line pode fazer diferença. Entretanto, não basta a "alfabetização digital", mas é necessário criar condições para desenvolver nos alunos uma autonomia intelectual que lhes permita selecionar e escolher o que o mundo virtual pode lhes oferecer de melhor.A proliferação de cursos a distância dos mais variados assuntos e formatos, ainda que a qualidade de muitos possa ser questionável, e a busca por melhoria de desempenho e formação para competir no mercado de trabalho, chama a atenção dos educadores para a necessidade de repensar o papel da escola e o papel do professor e sua re-significação como profissional. O interesse de um número cada vez maior de pessoas por participar de um curso a distância revela, entre outros aspectos, que a busca por construir novos conhecimentos e desenvolver novas habilidades está sendo compatibilizada com a administração do próprio tempo. Penso que a tecnologia hoje disponível tem de servir para a otimização desse tempo. A educação a distância surgiu com a possibilidade de atender alunos sem a rigidez dos locais e horários preestabelecidos. Antiga, suas primeiras experiências datam de 1856, com a primeira escola de línguas por correspondência, em Berlim. Em 1891, Thomas Foster cria o International Correspondence Institute e, no ano seguinte, o Reitor da Universidade de Chicago inicia a Divisão de Ensino por Correspondência no Departamento de Extensão. (Chermann, 2000). No Brasil, as primeiras experiências datam do início do século XX. Mas, até agora, não se tem dado à educação a distância a credibilidade de uma educação de qualidade, ainda que dela tenham feito uso milhares de pessoas.
Com a utilização da informática na educação, com a disseminação do uso da Internet, transforma-se a idéia inicial da educação a distância como reprodução tecnológica da aula tradicional para espaço virtual de construção de conhecimento; e o que antes poderia ser um aprendizado solitário, individual, pode transformar-se em algo como inteligência coletiva característica de uma comunidade virtual de aprendizagem colaborativa, criando uma nova concepção de ensino e de aprendizagem. É a escola do futuro na qual alunos e professores podem cooperar para que uns e outros avancem no seu conhecimento. Caem as fronteiras das salas de aulas e os limites de determinação de horário. Busca-se o desenvolvimento da autonomia intelectual do aluno. Selecionam-se conteúdos que melhor atendam às necessidades de uma comunidade virtual que está em constante processo de aprendizagem. Mudanças aceleradas transformam o mundo tornando as verdades cada vez mais provisórias.
Iara Sanches Rosa

TECNOLOGIA NA ESCOLA

Aprender e responder de forma apropriada. Este é o campo da Educação. A chegada do computador e de outras tecnologias, como a Internet, nos trouxe novos padrões de complexidade, competitividade e mudanças constantes em todos os empreendimentos. A única maneira de não ficar soterrado por essa complexidade e pelas mudanças é através da aprendizagem constante e da resposta imediata. Educação não apenas compreendida e centrada na escola, sala de aula, mas, educação concebida como um aprendizado constante que investe na aquisição de novos conhecimentos, de novas estratégias, de forma contínua durante a vida.
Na concepção tradicional de Educação, parece que o aluno vem até a escola como uma tábula rasa e cabe a ela, escola, colocar nessa cabeça, um corpo de conhecimentos de fatos e habilidades intelectuais, testando freqüentemente a aquisição destes conhecimentos através de provas e exames. As habilidades intelectuais mais valorizadas são a lingüística (capacidade de ler, compreender e escrever textos) e a lógica-matemática (capacidade de processar informações quantitativas.Assim: As novas tecnologias só terão sentido a partir de uma mudança da postura pedagógica do professor e com um repensar deste sobre sua própria prática, conceber que existem outras maneiras de explorar e representar o mundo.
Tecnologias na escola envolve não somente garantir a presença dos meios em sala de aula, mas, principalmente garantir sua integração nos processos curriculares.
Desta forma não podemos esquecer que os professores são sujeitos que possuem suas próprias maneiras de entender a prática e de implementá-la. São as suas concepções e competências profissionais que irão definir o uso que irão fazer de qualquer meio, tecnológico ou não, na escola.
Vera Lúcia Camara Zacharias é mestre em Educação, Pedagoga, consultora educacional, assessora diversas instituições, profere palestras e cursos, criou e é diretora do CRE.

QUE ESCOLA TEMOS! QUE ESCOLA PRECISAMOS...


Pensar a escola que precisamos é pensar uma nova dimensão do saber e do fazer, e por que não aliado a inclusão digital. É, sobremaneira, intercambiar modelos estabelecidos com formatos diversificados e inovadores.
É, como aborda Vygotsky (1998) ao considerar que o ensino e a aprendizagem decorrem de variadas procedências de forma interelacional entre as ciências, a atuação profissional e o meio físico e social que o sujeito encontra-se inserido, pois, ao mesmo tempo que o sujeito transforma o seu meio, transforma-se a si mesmo.
É, pensar uma escola em que o eu, o você, o nós tenham significado de melhoria de aprendizagem, em que as atividades sejam dinâmicas, garantindo o desenvolvimento intelectual, emocional, espiritual, cultural e social; É pensar o eu aluno, o eu professor, o nós educação de forma relacional, aprendente, contextualizado, participativo, apaixonante, multidisciplinar, interativo, não-linear, não-excludente, psico-social.
É conceber políticas de ação em que habilidades e competências e as relações inter e intrapessoais considerem dimensões emocionais, cognitivas, sociais e motoras.
É ver o fazer, na dimensão do ser. É, agir na dimensão de conjunto. É pensar individual na dimensão coletiva. É instigar mudança. É banhar-se no oceano do conhecimento. É ser profissional demonstrando o eu, o você, o nós.
Num ambiente de aprendizagem há diversos fatores que influenciam, positiva ou negativamente, os resultados do processo de ensino. Esses fatores referem-se às instalações, a formação dos professores sua criatividade, o uso potencial de tecnologias que a escola possui, à integração de todas as partes no processo, a recursos adequados e visão educacional.
O ambiente propício é condição necessária, mas não suficiente, para a aprendizagem. É a atividade do aluno durante o processo de ensino-aprendizagem que determina a ocorrência do aprendizado, bem como a participação do professor.

Bernadétte Beber, Doutoranda
UFSC/EGC - UNIVALI - Berna@univali.br
Cláudia Mara Scudelari de Macedo – Doutoranda
UFSC/EGC –– Claudia.scudelari@gmail.com
Janae Gonçalves Martins, Dra
SOCIESC – janaegm@gmail.com

O que adianta freqüentar a escola hoje em dia?


O que adianta freqüentar a
escola hoje em dia?
Josimar Domingues
O que adianta freqüentar a escola se a maioria dos jovens que dela saem “formados” sobrevivem de forma semelhante e em alguns casos até pior do que quem não a freqüentou? Por que continua crescendo o número de adolescentes e até mesmo crianças fumantes, alcoólicas e gestantes? Não poderia esquecer de citar aqui também as drogas ilícitas que ainda abocanham um pedaço cada vez maior da juventude brasileira.
O marasmo que assola os adultos é cada vez mais sentido entre os mais jovens, o que
definitivamente interfere no presente e futuro do País. Um mercado de trabalho insuficiente de oportunidades para todos? Talvez, porém há uma considerável demanda por gente graduada especializada em determinadas áreas, mas o problema é que poucos se formam e destes menos ainda exercem sua profissão, seja por falta de informação, seja por falta de vontade e mesmo necessidade, já que muitos dos que se formam são oriundos de famílias abastadas e só o fazem pelo titulo de doutor para aparecer bem em seu meio social, e considerando que ainda temos assimilada a pobre ideologia de que o trabalho só serve e deve ser feito para se manter as necessidades básicas e no máximo algum luxo de vez em quando, muitos dos que são ricos herdeiros só curtem a vida e alguns chegam à velhice dizendo com orgulho: Nunca trabalhei!
Enquanto isso os que querem – precisam – trabalhar tem que enfrentar gigantescas dificuldades para se graduarem e pouquíssimos conseguem realizar tal ato que pode muito bem ser interpretado como proeza, a começar mesmo pelo ensino fundamental: aulas maçantes, algumas sem sentido aparente, na verdade considero um grande erro não explicarem o sentido de tudo isso logo no início dos estudos, confesso saber que alguns tentam superficialmente explicar e que realmente na idade que entramos nesse esquema ainda não conseguimos discernir o que é a vida e o que estamos fazendo nela, na verdade muitos de nós - e eu me incluo nesse nós – envelhecemos e até morremos sem saber direito o que é a vida em sua plenitude.
Seguimos no ensino fundamental e médio sem qualquer atrativo na escola e atividade cultural extra classe, não somos estimulados a pesquisar, não somos levados a saber e cumprir nossos deveres de cidadão assim como não somos levados a saber e cobrar os nossos direitos. Deixamos os professores fazerem o que bem entendem como: faltar aulas – coisa que muitos alunos comemoram ignorando o quanto isso os prejudica –, dar uma aula que ninguém entende nada, atrasar a matéria, etc.
Há muitas e boas oportunidades nesse nosso País, o que falta é informação, interesse mesmo, mas esse não nos é despertado diante da enxurrada de más noticias que recebemos diariamente de diversas fontes. Vivemos alienados por novelas, filmes e músicas que em nada de bom contribuem para a nossa vida. Ao contrário, disseminam pobres ideologias como: Escola PÚBLICA é para pobres! Hospital PÚBLICO é para pobre!, em suma tudo o que é público é só para pobres, ou seja, só existe o público pobre no Brasil, não existe um povo - mesmo que dividido por classes - com deveres e direitos iguais, onde o que é público é de todos e não só de uma classe, e, portanto deve ser bem tratado por todos para bem servir a todos, principalmente quando se trata dos dois exemplos que citei por achá-los mais importantes, Educação e saúde, se as camadas sociais com maior poder de esclarecimento e conseqüente reivindicação decidir entrar na escola pública e lutar pela qualidade desta tenho certeza que conseguirão, assim como nos hospitais. Outras pobres ideologias: Ônibus é de GRAÇA para estudantes e idosos, médico
de GRAÇA no posto de saúde, etc.. Quase que diariamente tenho que repetir a quem me fala tal asneira, NADA É DE GRAÇA!!! Nós PAGAMOS IMPOSTOS PARA ISSO, as empresas e funcionários não deixam de receber pelas nossas passagens, consultas, etc.
Voltando ao assunto educação - sem na verdade ter saído dele, pois educação é uma conjuntura complexa e incrivelmente inclusiva abrangendo tudo o que se conhece – creio que o que falta em nosso sistema de ensino é a humanidade nos relacionamentos, estes que estão sendo burocratizados mais e mais a cada dia que se passa, sendo transformado em algo mecânico, imparcial, estúpido! Que bom seria que os professores, diretores e principalmente membros da Fiscalização e das Secretarias e mesmo Ministério da Educação viessem pessoalmente às salas de aula conversar com os alunos para saber o que esta acontecendo na escola, se estão aprendendo bem, o que e como estão aprendendo. Se tem alguma sugestão de melhora. Isto é simplesmente, ouvir o cliente para melhor atende-lo, nós alunos somos clientes da escola, empresa do governo, e como tal devemos exigir tal tratamento que nos é de direito!
Obra original disponível em:
http://www.overmundo.com.br/banco/o-que-adianta-frequentar-a-escola-hoje-em-dia

Spaece-Alfa -Ceará


A avaliação do Spaece-Alfa oferece um terreno fértil para a reflexão sobre as ações voltadas para a qualidade da educação dos alunos das escolas públicas do Ceará, com foco na alfabetização. Investir numa política de alfabetização das crianças já nos primeiros anos de escolaridade mostra-se uma decisão acertada para diagnosticar e resolver, na base, um sério problema da educação dos dias atuais, que é o “analfabeto escolarizado” ao término do ensino fundamental e também do ensino médio.
Nessa linha, avaliações externas do tipo do Spaece-Alfa assumem uma dimensão importante no que tange ao levantamento de elementos que possibilitam uma leitura do real estágio de desenvolvimento do processo de alfabetização das crianças. Uma primeira constatação foi a confirmação dos dados apresentados pelas avaliações realizadas pelo Paic, ou seja, em termos gerais, cerca de 47,4% dos alunos do 2º ano do ensino fundamental avaliados pelo Spaece-Alfa não demonstraram as condições aceitáveis de apropriação da linguagem escrita ou para agir sobre textos. Observam-se, contudo, sinais de melhorias, considerando que a média estadual de proficiência dos alunos situa-se no nível intermediário.
Dentre as informações avaliativas observadas, chama a atenção a forma de composição e distribuição geográfica das turmas do 2º ano do ensino fundamental das escolas públicas no Estado: 50% das escolas possuem uma turma, a qual muitas vezes tem somente oito alunos. Outra constatação é a existência de um número significativo de classes multisseriadas, correspondendo a quase 40% do total das turmas. Considerando que a literatura se refere ao menor desempenho de alunos em turmas muito pequenas, bem como as características do funcionamento precário de algumas dessas classes, faz-se urgente a tomada de decisão por parte dos gestores no sentido de melhor planejarem o atendimento a esse grupo de alunos, mediante a
implementação de uma política de nucleação das matrículas. Outra constatação que merece reflexão foi o fato de algumas escolas públicas se estacarem nos resultados da avaliação, apresentando médias de proficiência muito elevadas quando comparadas à média do Estado. Tal situação reflete a falta de eqüidade do sistema, com diferenças significativas de desempenho entre escolas. Ao mesmo tempo, os resultados alcançados por essas escolas vislumbram um horizonte otimista e possível quanto ao desempenho almejado. Esse fenômeno remete para a necessidade de se fazer estudos mais aprofundados, de natureza qualitativa, a fim de identificar as causas e razões que explicam esses bons resultados, com o intuito de servir de balizamento para contextos similares, sobretudo no que concerne a alfabetização dos alunos.